domingo, 16 de junho de 2019
Última aula
À lição que nunca se esquece
Procuro a não linearidade
Como se a tivesse que aprender
Se me custa, sobra mais
Sonho em ver a mestria
Pequena e quase única
Inesquecível e inevitável
Pelo meio
O orgulho do enfim
E um novo príncipio
Baía do cansaço
Sabemos que sobem mas não como nem onde
Será que emergem?
Será que a caverna os engole?
Uma dor fantasma assola o silêncio da adrenalina
Que, ao longo de braçadas, teima em se reduzir a nada
Será possível sobreviver sem trincar o suor?
Será que o sangue ainda circula entre mim e o azul?
Ao fundo, o mar escondido na arrogância do desespero
Descobre qualquer um na sua pertença disfarçada
domingo, 1 de outubro de 2017
Lembrança de dois
Navegam dois, remando em sincronia
Com o sorriso diário inesgotável
E a vontade - sem qualquer esforço - de ouvir
Sobem paredes por quem criaram
Sempre com um ombro profundo e amigo
Em que nos erguemos, orgulhosos
E tentamos retornar a infinita dádiva
Guardamos connosco, para perdurar
O cheiro completo que emana do cuidado
O toque suave do olhar atento
Não é só uma memória mas uma vivência
Essa lembrança de dois
Vós
sábado, 5 de novembro de 2016
Juventude no fim
Um túnel assombroso quebra
Fazendo tremer todo o pedaço escuro de vida
Sobra a gíria de momentos que já passaram
E que incomodam até quem possa ver
Olho pela parede, do chão até ao tecto
E vejo que o branco já não é duro
Duvido se cairás ou se a tua força vem das raízes
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Tríptico desorganizado
Traz o caos a estado líquido
Em mim, mas por ti
O atrevimento do sorriso falso
Pela suave e esbranquiçada mentira
Não perdoa a imodéstia que me arrepia
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
Um a um
Soltam-se e ficam à mercê de um pé
Que ao ser meu, pontapeio e aí se enrolam
Todas se vão e não foi isso, nada disso
Que te passei em jeito de lição
É que por mim não aprendo
Mas por ti me surpreendo
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Típico
Normalmente destilo sinónimos
Invariavelmente descoordeno (as mãos)
Por norma, rodopio sobre o que balbucio
E não articulo mais do que preciso
Para dentro ficam as vozes
Para fora os silêncios
E o fogo que consome cresce
Daquele que arde e se vê
terça-feira, 1 de novembro de 2016
Onde está?
Porque estão quietos?
Há tantos e muitos à vossa volta
Não preciso de todos,
Mas lembro-me que no fundo do saco
Só passava percebido um
Onde está?
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Entre montes e montanhas
Vai subindo, lentamente, como pestanas ao acordar
Ritmado, curva o céu
E aí o agarro
Se me escapas, bicho!
Atinges o pico onde marco o ponto
E recomeças o movimento
Descendo, acompanho-o livre pelos montes do horizonte
Imito sem sucesso a sua cor com um sorriso amarelo
O ocaso vem e também eu me desvaneço
Volta, vem, liberta-me!
Se me vou
Se me vejo, não quero nada que não tudo
Se me tenho, percorro todos os caminhos até encontrar o inexplorado
Sentado à lareira, o fogo consome o ar e a terra
Bebo da sua vontade e sofro do seu ardor
E por aí, me vou
domingo, 27 de dezembro de 2015
Ao fundo
Suplanta a vontade de presentear-me com um futuro
Incomoda, inquieta e provoca a insónia
Do incauto sonhador de pequenos passos
As pernas que me movem sujam-se com remendos
De pedaços de vida - morta, lutadora mas esquecida
Os bocados, os deixo; estendei a mão, aí estão!
Fragmentos
Que ao fundo se desfaz e reconstrói em tempos infinitesimais
É mais um, o que nunca esqueço,
Que me assola e redescubro
Vagueio pelo tempo, sem saber que é também espaço
O que ocupo é o que me limita, creio
Mas sei que o que me abraça é só o que perdura
As escolhas que fazes
São os que imagino que incendeies sem temer
Com mestria julgas a tua própria indecisão
Sem saber nunca se essa é a minha opinião
Irritas e afagas com as mesmas poucas palavras que proferes
Entranhas cérebro dentro nada a não ser o que queres
Mas será que desejas ou apenas cobiças?
É que apenas vejo inveja, medo e as minhas mãos submissas
Escolhes e fazes as escolhas que fazes
Junção
Subtrairei pela bondade se por aí houver vontade
domingo, 30 de agosto de 2015
Nota pequena
Mas sem teor nem conteúdo
Sobra, amorfa, a ortografia
Eis que surge a nota mínima
De trocas sem valor nem ardor
Canto de folha, pedaço de papel
Conténs o mundo, destróis babel
Assim falas tu
Para no pouco para e no menos pouco
Se sentir a distância da infância
Foram as mesmas e já não são
Ganharam-se avisos de fortes não
Estamos perto e longe
(quem sabe em diferentes melancolias)
Com e sem barreiras
(porventura em distintas categorias)
Quando digo eu que tu falas
Falo que não expressas nem confias
Cai, vem! Eu dobro; tu soltas-te?
Nunca contente, jamais feliz
Pela insegurança que evapora do teu ser
A falta de apoio brilha com estrondo
E a incerteza sublinha letras tortas
Se escreves, não lês
Se páras, não vês
Se ouves, não escutas
Se vives, não lutas
Não é tristeza nem frieza
São ondas de oceano revolto
Que te apanham desprevenida embora consciente
Do que és e já não queres ser
Sem nunca vir a saber o que é viver
Retiro de diferenças
Nasce no rio que brota da montanha inigualavelmente alta
É ténue e quase imperceptível, por vezes
Dura e áspera no fechar da frente branca e luzidia
São pães e rosas e milagres
Que sustentam o tabuleiro da ponte
A que criamos para se atravessar
Se a realidade revolver em tômbola solta mental
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Pássaros
Sendo livres, também exploram
Conseguindo voar, tem o seu olhar
Não tem vontade nem problema em esperar
Bichos tristes e seres de alegria!
Ganhar a vida ao mundo
Estranhos à mente
Início
Partícula no conjunto da imensidão
Surgi e brotei do vazio, juntando-me à massa de vidas
Nascer é um milagre ateu
Em que a probabilidade - ínfima - joga aos dados
E o azul que sai desafia o vermelho
O ar consumido desperta a voz escondida
E solta-se o grito, sussurrando ao vento
Vem, leva-me para o futuro
domingo, 12 de julho de 2015
Às paredes me peço
Cada um de vós abusa da própria boa vontade
E distribui migalhas suculentas
São pequenos pedaços de ternura que afagam o ego
(embora nunca iludam o cínico ou afugentem o estóico)
São pontos nunca sem nó que caracterizam a amizade leal
Vejo, abraço e recebo
A cada parede, de tijolo ou pedra, não peço mais
Do que me dá, deu e quer dar
Peço quem sou, a mim, por vós
Rejeição paramétrica
Procuras o que não sabes ser inútil e apenas cardinal
Com símbolos pujantes e escritos quase ao acaso
(na tua consciência?)
Vacilas entre A e B quando não há nenhum conjunto sem ser o vazio
São parâmetros, rapaz.
Um dia vais percebê-los a todos;
Podes descartá-los ou aceitar com resignação
Quem sabe até te vanglorias de ti com eles!
E logo de seguida
(talvez meia hora depois)
Já os esqueceste na letargia tecnológica
domingo, 19 de abril de 2015
Série confusa
Probabilidade eficácia análise
Esperança minudência indeterminação
Crença ciência infinidade
Vazio equação hipótese
Atenção descuido observabilidade
Demonstração zero limite
Tangência normal manipulação
Confiança ao vento
domingo, 29 de março de 2015
Expectativa
Não há meio termo na esperança fútil em que nos banhamos
Constroem-se apenas castelos de cartas de areia que vemos e derrubamos
E quando o quase assalta, ou se tenta ou se desiste
Se esperávamos o bom/mau e vimos o mau/bom
Há a luta interna de cada um
A gestão da preferência
O pendor pela inutilmente alta
Expectativa
Luz amarelada
Das que existem num corpo ou fluem numa mente
Não as sinto - nem nelas me revejo - por não fazer parte de tal conspiração
Mesmo assim e assim mesmo, sou e reconheço-me no mesmo ambiente
De sabor variável e balas disparadas do ar
Que perfuram lentamente o crânio dançante
O futuro está presente e o passado é agora
Num momento só em que não há uma bengala dourada
Sobra só o torpor inacreditável dos raios catódicos
Não sei se vou por essa rua sem pensar duas vezes
Mas penso nada enquanto faço de mim boneco típico
De uma cidade que sinto tão minha e carismática como cinzenta
Espero que não percebas; não quero, no entanto, subtilezas!
Preciso de mim sem mim como agora, assim
No meio de uma sala escura de luz amarela
E se há sacanas dessa ou doutra - qualquer - cor, que venham
Invadam sem piedade o espaço enevoado
Pois se vêm sacanas, também se verão anjos
Do rebuliço que quero saber se quero ou se pelo menos sei que posso
Quando o tenho ou não tenho pelo não ou pelo inércia
Sinto falta e deambulo pelo quotidiano tépido
domingo, 1 de março de 2015
Felicidade transitiva
Seja pela linha temporal ou pelo acaso espacial
O éter irreal que invade o sonho é nosso
Por contágio positivo ou antítese espiritual
Palavras de veneno
Sobe para cima o cínico com alegria
Da janela a mensagem é podre, vã e vil
Tão sincera e simples como dolorosa
A seiva que escorre do discurso
É tão pobre quando o rol é estéril
Ou rica quando mel goteja da língua ondulante
O veneno, esse,
Seja bom ou mau
Com ou sem antídoto
Está sempre presente
Vista ligeiramente diferente
Duvido e acerto na dificuldade
Percebo uma fracção de ti
Deixo de lado uma parte tão clara como escura
Quero saber mais, sim;
Mas estranho-me por vezes
A volta que dou e que me é cara
Ilumina de relance apenas
E tu, quando vês, procuras?
Não sei se sim, se alguma vez ou porventura
Mas sei que não vemos o que somos a não ser de esguelha
E que sabes que é confuso o futuro que procuro encontrar
domingo, 18 de janeiro de 2015
Soltar
Formam-se ao longo de dias
(quer soalheiros quer chuvosos)
Somam-se a mim de modo desigual
Juntam-se ao mundo sem qualquer visibilidade
As pernas avançam quando arrastadas
Pela rede inexplicável de forças aos pares
Empurram o corpo, que balança
Pela estrada estrelada, feliz
No início, no meio e no fim
O que está preso em mim respira
Soltando-se no éter de ar frio
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Tempestade ou voz?
Quando a perfeição das gotas se mostra
Pela janela, pelas roupas ou pela pele
A onda de fulgor, de tão grande, abate-se
Tens uma voz inigualável neste mundo
Lista ou rol?
O que eu não sei de ninguém
Disparo balas de vácuo
Sem som nem rasto
Juntas e agregas;
mas poderás alguma vez ver sem sofrer?
Já o fizeste - sem dúvida - em tempos idos
Quando o equilíbrio não atingia o precário
E o papel era pano
O que fizeste e fazes é insubstituível
Como um pedaço de carne do meu corpo
E por isso não posso agradecer
Mas devo venerar, respeitar e viver-te
domingo, 5 de outubro de 2014
Número qualquer
Que interessa ser ímpar quando se procura a paridade?
Querer ser primo e não ter hipótese
Ao dividir em pleno plano irregular
São números e são estrelas
Pequenos pedaços desenhados no firmamento cerebral ou na abóbada celeste
Somos nós!
Ruas
Carregam aos ombros galerias de arte falsa
Ou há monos ou há obras-primas
Mas há sempre uma conversa de interpretação
Não interessa escutar e pensar
Mais do que entreouvir e retorquir
No meio de sons tão indistintos como sempre presentes
Sem possibilidade de reconhecer mas tão familiares
Passear de copo em fumo e brasa
Enquanto o chão vibra e o sono não assalta
Aumentando sempre o contraste entre o ecrã e o olho
Tentando nunca perder o brilho da luz difusa
domingo, 7 de setembro de 2014
Vida de ferro
Glória dos tempos de vapor que ainda sobe
Seja pouca gente ou muita carga
Acredita que cumpre com fidelidade a sua função
Não suporto que o simplifique
Sem uma mínima explicação
Ponto e pressão
Seca a boca de quem não se vê pleno
Desperta dúvida, com o ombro a suportar o olhar cauteloso
Efémero, afasta o desespero diariamente inútil
(não porque sofres mas porque assim te vês)
E aumenta-se o contraste ou pressão
Se baloiças de olho para olho um brilho diferente
Pois mostras outra face
(a das novas - quase não formadas - memórias)
A rotineira escolha que não é só minha
Mas também não é a tua:
é um ponto dúbio, quiçá curva selvagem
Não é nunca só de alguém
Pode ser um dia de ninguém
Conforto
Ou passa por ti como uma partícula que se desconhece?
À espera pelo que aí vem
Mas sabe que se te sabes, pensa como quem o faz bem
Estranho
Por onde passo, onde vivo e onde estou
Quero ser cidadão do mundo, com ele um
Luto contigo, mundo, mesmo que não respondas nunca
Páro e recomeço, atirando-me a mais um poço sem olhar bem o fundo
Perco-me na rede que me formei
E catalogo, acredito, mais um nó
Calor
Dobram-se em formas de luz plena e água tépida
Não perdendo nunca o objectivo
De sugar o sangue quente e viscoso do ar que condiciona
Sobrando só a lembrança daquela estação
Que insiste em demorar a voltar
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
No meio, a virtude
Se pensas que sabes que escrevo o que penso
Não sabes mais do que imaginas pelo que digo
E ao dizer confundo ou simplifico?
Não sei, mas aparentas saber
Será que pensas tão rápido e claro
Como a água de uma cascata longínqua
Duvido-te e duvido-me
Mas sei que muito tens e nada descartas
Mesmo quando o horizonte desaba
sábado, 26 de julho de 2014
Colapso mente voz
Destino inexistente tens tu, som comum?
Descendo pela calçada irregular e pulsante
Escorrega lentamente ao sabor da brisa de perdição
Proveniente da reflexão irreal
Produto de uma alucinação natural
Solta-se e sobe pelo ar
Ou prende-se e desce pelo poço da memória
Constante variável
Não sei se me contradigo
Nem se sequer faço sentido
Isso não me pára, mas devia
Nem que por um instante
para rever o que talvez uma vez tenha
visto ou
escrito ou
ouvido ou
descrito ou
sentido
Dedos ao vento
A força que sopra pela pele e osso
Satura de estrelas o breu inevitável
Remove as impurezas do nosso corpo celeste
E o sustenta sem piedade ou gratidão
Entre os espaços preenchidos de dinâmica aérea
Vivem moléculas perdidas de sabor
Mas plenas de vida
Curta, longa; desperdiçada, completa?
O eterno poder de decisão
Acalenta a mente
E sobressalta a alma que em mim - qual sôfrego - não existe
domingo, 29 de junho de 2014
Sete distâncias
Não sendo luz, tenho lanterna
Vejo com ela os passos que dás
A caminho do mundo, sem medo
Cais, levantas-te e sorris
Tens cada um à tua volta
Com uma precisão de amigo
Que não esquece
o respeito
a diversão
o fulgor
Sempre em frente, pedal a fundo!
Sem título
Suavemente tremendo
Nego o dúbio
Num piscar de olhos
Renego a tudo
E, moribundo,
Desfaço o que encontro
Nunca sem antes cumprir
O dever da ignorância
sábado, 28 de junho de 2014
A braços
Sempre de língua de fora
De baloiçar em elevar
Sorrindo sem dentes
Sem saber, crescendo, renasce;
E tritura pedaços de vida carne
Sem sangue que não o do mundo
A grandeza domina e logo
A criança se assusta
Mas o (seu) céu, um deles, não se verga
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Dusk and dawn
Dim lights paving the way
Wonder and joy sparkling all over
Here comes the night
And the darkness fades away
When the sun rises
Blessed bolt, awakening thunder
East and West
North and South
The center lies still as it always has and always will
Limbo
Baloiço quebradiço sem crianças
Girando sem parar pelo ar
Obedeces a alguém? Nunca!
Soltas-te em direcção ao Sol? Jamais!
E na eterna incógnita jazes
Pendurado e só
sábado, 14 de junho de 2014
Lá longe
Purificação pelo som
Distância temporal grande mas não eterna
Afastamento físico tão duradouro quanto efémero
Atenuação subtil da tristeza
Pequenas cordas, vocais ou entre latas
Seguram pontos de luz estonteante
E o murro no estômago da lembrança
Do tempo que foi e já não é (mesmo sendo ainda criança)
Não surge como opção nem fôlego
Pois há descanso na habituação
À tendência da morosidade e do sono
Desnecessário, impreciso - e logo inquietante
E a incerteza relança o fogo
Que não arde nem se vê
Acontece, apenas
domingo, 1 de junho de 2014
Contradições
É certo e mais que certo
Que dentro do errado está o inseguro
Trazer um não ao ar
Revela-se tão simples como lançar um sim ao vento
E num pedaço de fogo temperamental
Nasce água sem fim
Não há fumo nem acalmia
Não há montanhas sem maresia
domingo, 25 de maio de 2014
Sem cortina
Não há vagar nos raios de luz dispersos
Não há divisão possível que não seja um muro até à estratosfera
- Bom dia.
- Abres a cortina, por favor?
- Estas janelas nunca tiveram cortina!
Corners
Ser à vista
A procura interminável de um lugar longínquo
A certeza da escuridão das luzes nocturnas da cidade
Quais itens de lista sem lembrete
Funil
domingo, 13 de abril de 2014
Marcha
Fé
Quando quando quando
Escolher palavras
12
Custo de vida
Onde? Longe
Em telefonemas curtos
Em vídeos sem toque nem cunho
Estilo de vida
Castelo
Valley
Why do you hide between the mountains?
If I were shaped as you
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Próxima paragem
Momento de conclusão temporária, quando chegas?
Quando darás lugar a um novo alento?
É eterno o teu vagar?
São ciclos de longas passagens
Com (in)finitas - refrescantes ou frustrantes - paragens
Balanços coordenados interrompidos por viagens
domingo, 19 de janeiro de 2014
Be
Be free
Be wild
Be gentle
Be kind
Follow the river named
(by and after you)
Caress the stream
Draw your path
Make it to the banks when you need
You are what lies between
The mountain top and the base of a hill
The ground and the stars
You and yourself, many years from now
Be, forever, unique
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Projectos
Do passado, no presente ou para o futuro
The world is ours
Or simply set out to wander
You can come with me
Let's fly, ride and drive
We can
discover
see
change
the world, as one
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Encanto
Treetop
I know you are there
I believe that the light ahead is not only a mirage
I see you here, there and everywhere
And even if I stumble, I will not fall
I know you are there
domingo, 10 de novembro de 2013
Tentative lyrics for a song
Find the hidden words in the sentences
Bringing the sound
Making it clear
Playing around
Can these verses be what you will hear?
Or will the tune tear it apart?
All syllables left behind
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Believing
When I do
When I feel
When I smile
When I frown
Believe in me: that is me.
Believe in us: this is us.
We,
As one (and brighter that the Sun),
Shine.
Enquanto dormes (3)
Enquanto dormes (2)
Escutar
Com mais calma
Os estragos em todos por nada
O tempo gira como uma esfera
Não há como controlá-lo
When your head hurts
Wind gusts
Exercício (ou exaustão)
O cansaço a ser exaustão
De um pequeno passo
Surge um grande tropeção
Sorte, destino, fé? Não!
Acaso, probabilidade, resultado: revolução!
domingo, 6 de outubro de 2013
Outra, nova luz
Intensa como outros voos
Que passam lentamente
E se demoram a esgotar
Ao fim, palavras surgem
Limpam grande parte da incerteza
Empurram por uma escada
Que, mesmo tropeçando, caminha até ao Sol
E da luz vibrante que emanas
(mais do que o próprio astro)
Bebo com sofreguidão
Somos um, cada um
Mas vivemos nós
E temos uma nova, outra luz
Uma para nós!
sábado, 7 de setembro de 2013
Entre as nuvens e o Sol
Tu, qual
Mundos escuros
Alerta; porquê?
Estive apenas à luz:
a reflecti-la
a unir os raios de cada um dos dois
Não se conseguem iluminar?
Ou pelo menos espreitar através do clarão
que agora irradio
Falai!
Regresso
Inesperado
A paisagem surge então por todo o lado
Pela explosão, pelo retorno, pela explosão
domingo, 1 de setembro de 2013
Selo
Percorre o seu trajecto com outras
Mas não com o remetente
Segue até ao seu destino
E ela própria é a destinatária
Dum conteúdo infindável e inesquecível
Não há como colocar lacre em tais palavras
Pois elas formam um texto que se
renova
modifica
evolui
Um envelope e um selo, sim:
Pela - e por isso apenas - força do vento
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Bittersweet
From the blowing wind
Like the smoke in the air
Fleeing from the dust
The action follows and is followed by the reaction
A sense of belonging appears
Making one feel as if there is no chance of fitting
Or whether is there a purpose
Brings as hard a thought
As the laughter unexpectedly heard
There might be success or failure
For a while there might be movement
But for sure there will be evolution
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Pedaços de (alguma) natureza
Fugaz, invades e te dispersas com a perspicácia só tua
E tu, obstinado, sempre com a do Sol
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Invisível
Repetir
Divagar
Pelo futuro
Pelo horizonte
Pelas metas e pelos rumos
Pelo querer, poder e viver
Pelo estar e não estar
Pelo manter e não perder
Pela vida
Pelo acaso
Pela companhia
Por quem nos quer
Por quem queremos
sábado, 27 de julho de 2013
Oportuno
E do lado lá responde uma voz familiar e esperada
Há uma pergunta, um indagar e um desejo
Surge uma resposta, simples e difícil
Para quê ser oportuno quando se pode ser surpreendente?
Cabeça! Garganta! Estômago!
Profundo nó
Sharing
At a distance
Espaço
Foco-me naquela que ocupa o espaço meu
Que deixa tudo não levando
Que marca, sempre
Os outros, que ocupam uma sala diferente
Podem ver-se barrados por uma parede
Mas não és tu que a ergues nem eu que não a desfaço
Somos nós que não a vemos pois ela não existe a não ser no que "era" de outros
Entre todo o contacto
Muitos interessam
Mas só um é
especial
único
sublime
Dinâmica
domingo, 21 de julho de 2013
Laço de flores
Pormenores
Os momentos que (por vezes) escapam e que
Os restos que irritam
Caos
Is there a limit?
there is a limit on who we mock
there is a limit for breaking (and entering)
Loving
Breathing
Feeling
Finding
Keeping
Burning
Wanting
Exploding
Ondas
Errado
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Surpresa
Preparada para a ocasião sem sequer ter sido tocada
Vale tanto mais que milhares de metros
Pois expressa aquilo que não se pode escapar
Surpresa!
Partilhar
Emprestam-se
Dão-se
Dividem-se
Escolhe-se a quem se dá e olha-se a quem nos pede
Vidas longas, histórias compridas, momentos únicos
Juntam-se
Contam-se
Partilham-se
Escolhe-se a quem se dá? Olha-se a quem nos pede?
Gira, mundo nosso, com a tua gente genuína
Enquanto dormes
Passeias pelo mundo dos sonhos, dançando
Com que sonhas? Sentes que estou ali, a teu lado?
Inalo e respiro-te; exalo e sinto-te.
Tenho a sensação que emanas calor e frio ao mesmo tempo
Que és fonte de luz mesmo de olhos fechados
De repente, toldam-se meus olhos sobre si mesmos
Mas sem antes te escutarem no silêncio da noite escura
E assim, enquanto dormes: sonho e adormeço e vejo
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Ir e Voltar, Vir e Retornar
Como não querer deixar de ir, quando nos esperam?
Mais! Esperamos que nos esperem
Não queremos deixar à espera quem quer (como nós) que vamos
Voltar -
Perdendo o medo, a garganta treme
Propaga aos olhos, à face e aos neurónios todo o seu frio
E tornamos atrás com a frente lavada
Vir -
E há momentos em que ansiamos por uma vinda
Vindoura em tempos, ou prestes a acontecer
Mudos como uma pedra, rejubilamos
Retornar -
Na alvorada de luz solar, cinzenta pois é reflectida
Quem nos deixa vai e não pode ficar; ou pode?
Deixamos tudo nas mãos da velocidade, e reiniciamos.
A música que flui
Foge a música que ribomba nas colunas gigantes
Reflectindo nas bolhas criadas inocentemente pelos que não vibram
Por vezes, uma figura ímpar surge;
Dança, treme, baila
E aí a música - não toda, mas quase - encontra refúgio
No corpo em que a música flui
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Espera
Aguardando por um toque
Anseia-se mas não se desespera
Procura-se a calma no turbilhão
Sobrepõe-se a vontade à espera
Quem vem, virá
Quem está, estará
E o acaso da delonga não é mais
Do que uma onda no oceano
Que não separa
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Lidar
Um encontro entre palavras, olhares ou contactos
Mas um sorriso mostra tudo; e quando, por vezes,
se esconde, como abrir de novo a arca pesada?
Sei que posso estar, falar ou explodir
E
no entanto
não é isso que quero:
Só me interessa o fluir único, sem destino mas
com inesgotável
sentido
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Até ao nascer do Sol
E por todo o lado se espalhou
Já para mim era dia
Tal era o modo como o teu olhar reluzia
Nascendo o Sol, o corpo estremeceu
Pelo frio que o calor repentino desvaneceu
E tudo à volta era magia
Na forma de cada bocado que se fazia
De imaginação, de loucura e de alegria
terça-feira, 11 de junho de 2013
Escala de espontaneidade
Repentino e fugaz como um olhar desviado
Uma acção sofre de um pensamento prévio
Não é nada mais do que natural;
Não é nada mais do que uma vontade.
Saber à partida, nem que por um milésimo de segundo, (o) que se sabe,
Destrói a criatividade? Não;
O que é espontâneo é-o sem necessidade de o ser
Pois nasce de dentro do cérebro inimitável de cada um
Cabelos
Cabelos à solta ao vento
O trompete soa a ouro no fundo da cabeça
A rua dança, a baía brilha e as estrelas mostram-se
E no silêncio de uma música há olhos que se encontram sem se ver, e reluzem
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Par
Como evitar?
Não, não há escapatória;
Uma traz a outra.
Palavras doces tornam-se duras
Pontos quentes arrefecem ao vento
E a noite toma o seu verdadeiro tom de negro
E se uma foge, a outra alcança
Se outra desespera, a outra espera
Quando uma incendeia, a outra apaga
Amarelo
Fazem-se acompanhar de um sorriso amarelo
Ecoam no silêncio que consome
E entram em combustão, sem saber como
Numa alma que não existe
Há um pilar que oscila sob ensaio
Mas não rompe nem quebra
Vem, luz amarela do carro que
Ziguezagueia a alta velocidade
Por curvas tortas e imprecisas
Encandeia!
Lampião por entre as árvores
Uma luz no escuro alumia
O chão pisado pelo ar
E por quem não passa
Um arvoredo viçoso
Teima em quebrar o raio artificial
Mas a luz mostra-se, com suas milhentas cores
E ignora o pouco espaço por onde passa
Cintilante
Submerso, a não ser por um pouco,
Por terra imunda e escura
Cresce, a traços largos,
Fura o ar com a sua vontade e entusiasmo
Despedir-se-á, um dia, da flora e fauna
Que sempre o rodearam com diversos olhares
Explodirá, qual supernova
Cujo brilho não é visível ao longe
Mas que lá está, esteve e sempre estará
sábado, 1 de junho de 2013
Ânsia
A um lugar que desconheço
Posso, aí, ser feliz?
Caibo na arca que mostras aberta
Pelo menos em sonhos estranhos
Mas há quem duvide, como eu e tu
E tudo gira continuamente
Num sentido ou no contrário
Não há como parar;
Só se pode ansiar.
Raio de Sol
8 minutos é demasiado tempo
Porque estás tão longe?
Quero-te aqui, já, sempre
Raio de Sol
Queimas, assas e ardes
Castigas;
Não podes deixar de o fazer
Raio de Sol
Por entre plantas e prédios
Vem!
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Rainhas nas entrelinhas
Há, por todo o lado, rainhas.
Cercam peões que tentam, um dia,
Se transformar em algo mais
Limite
Há uma inquietação bidireccional mas desequilibrada
O contraste de cores e brilhos salta à vista
E o limite surge, nunca sendo só o céu
E forte é, que dói
E fútil é, que exaspera
E saudoso é, que entristece
Histórias numa história
Pode um dia ou nunca acabar
Mas como um fio num novelo
A cada momento tem um inevitável desenrolar
Dentro dela, há pequenas partes.
Histórias em si mesmo
Reais, irreais,
Fantasiosas ou naturais!
De ouvir para crer
Ou de acreditar por temer
As histórias que habitam uma história
São momentos
únicos
partilhados
e
(um - qualquer - dia)
relembrados
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Sol por entre as árvores
Liberta o seu último fulgor no que chamamos hoje
Muda de cor a seu bel-prazer
Pois sabe que o amanhã é garantido
Mas a nós nem ele nos garante
Que o calor continue a brotar dos nossos corpos
E que a electricidade flua pelo nosso ser físico
Sol, ou nada.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Loucura
Aos neurónios, aos impulsos
Tomar uma direcção com toda a força das ondas
E navegar pela água de mil cores
Pintando-a com o (nosso) próprio tom
"Quando me dizem: "vem por aqui!" (...)
Nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar (...)
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam os meus próprios passos (...)
Eu tenho a minha loucura! (...)
Não sei por onde vou
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"
Criar
E que é peça essencial,
Roldana, engrenagem, motor
Do mundo que gira
Tem forma de teia de aranha
Sem prender mas envolvendo
Liberta, voa, catapulta
Em mentes sãs (ou não)
(em corpos sãos (ou sim))
É o poder real que quem tem e o sabe
A ele não mais aspira com voracidade
Usa-o, antes, para explodir em velocidade
Para viajar sem rumo mas com meta
E o vento, incessante e forte
Torna-se numa brisa ineficaz
Ajoelha-se perante o raio de Sol
Que refracta, reflecte e aquece
domingo, 7 de abril de 2013
Era uma vez
Partilhando fumo
Bebendo à saúde irónica
Um bar, dois bares, quantos mais?
A música faz sentir e lembrar
E nem mesmo a memória triste
Ou o acaso infeliz
Apagam a luz de qualquer história
Daquelas que começam (sem se saber como acabam)
por "Era uma vez..."
Crianças grandes
Envelhecemos, vivemos, criamos memórias
E a criança está lá, sempre viva e atenta
Olha-nos; distorce-nos sem darmos sequer conta
E o que queríamos ser, se não somos
Não é mais do que um travão de ser grande
Que a qualquer momento
pode
deve
tem de
ser fustigado pela inocência de sermos, termos sido e sempre irmos ser
crianças
(pequenas ou grandes)
sábado, 30 de março de 2013
Disposto?
Um rapaz segue a sua mente pelo mundo fora
Vai sozinho? Pode ir, mas nunca o está
Nunca o esteve mesmo quando só esteve consigo
E se alguém o acompanha
Vai sozinho também, porque o é
Mas partilha, descobre e explora
Regista;
assimila;
vibra!
Fluidez
Os anos passam e as vidas mudam
De modo, de estilo e de estado
Mas há sempre oportunidade para caminhar um pouco
Não para trás, mas para a frente
Porque a conversa nasce
Como antes escorria
e sempre fluiu
quarta-feira, 27 de março de 2013
Silêncio (2)
E me sobressalto com o silêncio
Que o trovão, ao não vir, traz
O silêncio, se pela indiferença, muda
Cala, arrepia e gela
Toque
Alguém à porta, que pretende?
Uma entrada de rompante
Ou um panfleto de deitar fora?
Toque de classe
Andar e não cair
Com ou sem apoio
Do alto, com vista para o mundo
Toque de mãos
Relaxante e necessário
Benefício na pobreza
Energia, calma e destreza
sexta-feira, 15 de março de 2013
Fio condutor
Cada um tem o seu fio que o conduz
A ele se agarra e se deixa levar
Ou ele se enrola e faz caminhar
Cada um, cada qual
Tem o seu fio, que pode ou não conhecer
Mas ele existe no meio da rede
Mais ou menos entrelaçado
O fio condutor é uma planta
Que recebe luz e a processa
Mas o resultado dessa fotossíntese
Cada um, cada qual, pode ou não aproveitar
domingo, 10 de março de 2013
Por uma noite
Mostra a sua luz ao homem que caminha só
Mas não está abandonado; além da estrela,
Pulsam os neurónios do seu cérebro inebriado
E assim, sente, pelo menos por uma noite, que vive
sábado, 9 de março de 2013
Blocos
Ligam-se e operam
Quais máquinas de uma fábrica
Sabem o que fazem
Blocos, que seguem instruções
Desenhar
Como fluir no movimento se a psicose atrasa?
Como olhar para o branco e não ficar estarrecido pela inveja?
São linhas, formas e figuras
Que se expressam sem desenhar
São sonhos, manias e ilusões
Que atacam sem cessar
Crepúsculo
Surge no meu sonho uma cara vagamente familiar
Mas ao mesmo tempo longínqua
O sorriso pergunta-me: "Como vais?"
As feições convidam e pergunto-me se quero
Quero? Quis, já não quero nem posso
São pontos nos is que já não existem
Demasiadas barreiras se elevam sem piedade
E, mesmo assim, o rosto pontua o sonho
Peso
As mesmas que na calçada se pisam
Peso diferente, maior, e, ah!, a robustez
Um camião que passa pesa e passa
Pesado, como o mundo e as vidas
Que com ele e nele giram
Pesamo-nos e deixamos que nos pesem
Ligamos a balança electrónica mal acordamos
E sem sentir, julgamos
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Lembrança
Nem tanto que me sobressalte
São relâmpagos sem trovões
Botões sem casa
E, assim sendo, desaparecerão.
Por isso, os vou deixando escritos
Não por minha vontade mas só
e apenas
pela qualidade, efémera, do que foi e já não é
Versos emprestados
Pedir proximidade sem julgar distâncias
São utopias ou realidades?
São manias ou vontades?
E, mais a mais, o que tenho
Não é mais do que uma letra na cabeça
Que me recorda e assalta
"Quem vem e atravessa o rio (...)"
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Encontrar sem procurar
Quando não sei quem és
Mas vale a pena se o mundo se move
E um encontro casual pode surgir
Da luz!
Olhos
Adormecias numa cama pré-aquecida
Dormias profundamente sonhando e vivendo
Acordavas e via teus olhos de um azul inesperado, quente e esplendoroso
E tu, também? Companhia para tanto
Mas a uma distância tão grande quanto necessária
Ah! Os olhos!
Os teus, uma pequena parte da tua beleza ofuscante
Numa tristeza recente dizias que não podias conversar
Mas falavas, com entusiasmo
Largavas um pouco de saber e inocência
Com olhos tristes mas reluzentes e soberbos
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Formas
Não eras bela mas tinhas toda a forma
Sobretudo quando te movias ao som da música
E tornas-te musa
Será belo o que não é disforme?
És bela mas estás longe, cada vez mais agora
Cavas e cavalgas distâncias e não passas de uma alucinação
Como se fosse possível acender todas as lareiras do mundo com um só fósforo
São formas que nos distinguem
Que nos marcam e torcem como uma corda vazia
À espera de ser atada
sábado, 22 de dezembro de 2012
Solstício
Cabem saídas e abandonos
Voam luzes e vontades
Planos, quereres e amizades
Há uma luz negra que, agora, no inverno, brilha
Não ilumina ou alumia e só escurece o pensamento
Essa luz, criadora de solidão
Poderá ela ser uma ilusão?
De braço dado com a luz, espera-se numa sombra
Largando-a, descobre-se um mundo novo que
É totalmente incerto. Espera-se, não, quer-se, então
(ou procura-se se houver audácia)
alguém.
Que apareça num raio transformador e exultante.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Miséria ou sonho?
Duma miséria de sonho
Partido em dois e por isso intenso
Cobre-me uma camada espessa de angústia
Que já não é real pois há
Quem sorria e ilumine
Seja ao longe, ao perto
Rápido e inocente, rápido e deliberado
E assim, miséria há mas o sonho
Ah, o sonho
A suplanta
Ah, tu!
Ah, tu
Que com falsos altos mas plenos saltos
Desfazes qualquer ilusão de prazer
E ao mesmo tempo colides no tempo e na vontade
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Sabes?
Entre quem sabe quem tem
Não é mais do que encontrar alguém
Que sabe quem é e quem sou
Mas é mais do que perguntar quem és
Quão árduo, quão duro
Triste?
Rodeado
Fugaz mas eficaz
Não me consigo conter
Mas nada contra consigo fazer
Onde estás tu, que és minha?
Porque não danças em mim?
Quero-te, odeio-te talvez
Mas desejo-te
E tento, sem sucesso?,
Procurar-te
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Salto
Perco-me na noção de tempo e de espaço
Tento ficar, mas gravito logo retorno
Sem esplendor mas também sem horror
Vento
Atormentada por chuva pequena que a irrita
Desafiada por pessoas cobertas de tecidos
Mas vencedora de folhas, ramos e estações
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Capa
De ser um super-herói sem o mostrar
Quero uma capa para iluminar
O que escondo sem querer
Dispersão
Pousam por vezes em lampejos de fulgor
Levantam, destroem, fazem vibrar e adormecer
Palavras soam a pouco de tão longe que estão
Mesmo perto, são distantes
Não se ouvem, emudecem, fazem despertar e lembrar
Músicas de alguém sobre alguém
Associam-se com rapidez ao momento, à pessoa e ao lugar
Surgem em sonhos, desconcertam, acalmam e abrem portas
Sofrer
A quem repara e a quem não nota
Não falar traz ainda mais sofrimento
Interno, doloroso, constante
segunda-feira, 12 de março de 2012
Marcas
Sobras que não acabam
Monstros que de sonhos nem de dias ou noites desaparecem
São marcas indeléveis
Tentar apagar, acabar ou esquecer
É difícil; inútil? Nunca!
Como a calçada duma rua
Por mais pedras que se calquem
Por mais passos que se gastem
Há sempre uma estrela que brilha
Não é esperança nem lembrança
É o futuro
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Porta
Não mudas de mais um pequeno número de estados
Abres luz e fechas escuridão
Procuro-te, porta. Dá-me acesso ao que ocultas
Deixa aparecer a novidade.
Dança
E ao olhar eu tremia
Do esplendor que reluzias
Do movimento incessante e coordenado
Ao som de nada ou ao som de tudo
Sem descuidos, com fantasia
Tu dançavas.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Quando não estás
Só a sombra sobrevive e nela habita o vazio
Não há vontade, não há um olhar sorridente
As costas arrefecem pela distância e
A ausência dói.
Glória
Quem conta contigo, com pouco se desilude
Saber onde estás confunde-se com um labirinto
De muito difícil saída
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Jogos de luzes
Têm início sem fim
E silvos de um instrumento
Conduzem os meus pés
Mas é a luz que se dispersa
Que tanto foge pelo canto do olho, para trás
Como se afasta, ao longe e ao fundo
O arrastar da escuridão nada pode
Nem é
Perante o jogo de luzes
Paraíso
Promessa de encanto inebriante
Condição atrás de condição, forja-se o caminho
É ele, o caminho, o paraíso?
Ou só à chegada se saboreia?
Não. Não. É agora
(a novidade)
Que desconcerta e ilumina
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Sem forma
Escrevo e descrevo
Uma entidade sem descrição
E é possível? Sim, torna-se
Meu e logo teu
Assim o queiras
Assim me permitas
Problemas
Mas são eles que me fazem viver
São problemas que se pudessem
Não eram mais do que um esmorecer
O que sou, sem problemas,
O que sou, sem caminhar
Eu? Ou outro que não eu?
Musa
Inspiração para cortar pelos dias sem esmorecer
Cobras a tua conta com outras escolhas
Mostras a tua face, o teu cabelo, o teu estilo
Que me lembra e faz lembrar do que não tenho
E já não quero, porque não é a ti que quero
És minha musa mas nunca devias ser
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Alusão a ti
Diz o que pensas
O que mais te apoquenta e
O que faz feliz
Tira-me desse lugar recôndito
Onde escondes o que é teu
Vem, volta, recomeça
Faz de mim aquilo que és e
Aquilo que não sou
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Nova aparência
Surge perante os meus olhos
Como um pedaço de fruta nova
Ou uma parede branca pintada de fresco
Mas ilude? Pode fazê-lo,
Pode mostrar aquilo que não é
Mas também não sei o que será
É apenas uma aparência. Uma
Amostra de cor, luz e som
Uma amostra de pessoa
Nulo
Prolonga no tempo o problema de o ser
Estraga vontades e causa desgostos
Mas sendo nulo, é belo
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Memórias felizes
Não, nunca,
Mas não sempre
Porque o que é feliz marca pouco em mim
E o mundo gira na mesma.
Memórias tristes
De tempos difíceis ou complexos
Lembrá-los faz vibrar
Como um ponte desgovernada
Vivê-los faz desdenhar
O que não é triste noutros
Seres
Lugares
Neurónios
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Numa parede
Escrito numa parede
E derrota quem lê
Como uma espada domina outra
Dito por não dito,
O espaço que se invade
É perdido ou perdição
E largando-o, não se sabe nunca
Onde ele pára ou recomeça
Pois não se acredita
Livre e pronto
Largar e deitar fora
O que sobra ou é fútil
Libertar, esvoaçar, sair
Criar ou recriar
O que não tem fronteiras
Desamarrar, cortar, fluir
Montar e sobrevoar
O que se desmorona
terça-feira, 1 de novembro de 2011
São novas, estas sensações
O nó que se dá no estomâgo
Nem o nó que se forma na garganta
Nem mesmo aquele que pés trocados fazem
No entanto, há uma forma de mostrar
Que o que sinto não sinto,
Não é meu mas teu
E é novidade
Mas não adoro eu
A Novidade, a Beleza e o Universo?
Ah, sim! Sem dúvida que são
Nós em mim
Fria
Mas não, não conquisto.
Sou conquistado por uma mão gelada
Que me toca com desprezo
E conversas ecoam ao longe
E ribombam em mim
Como trovões numa noite dessas
Mas são lamúrias tristes
Que me engolem e paralisam
Como o teu adeus, que não é quente;
Que não existe
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Não são reais
As palavras que escrevo
Os sons que ouço
As imagens que vejo
São vistas sobre um oceano
São barulhos de uma concha
São rabiscos na areia
Destino
Deus que não reconheço
Fujam de mim
Não se prendam como uma aranha prende uma borboleta
Mas tu, Beleza, fica
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Afronta
Aquela de responder ao que não tem resposta
Porque não teve de ter ínicio
Mas teve fim
Um fim em mim
Que não é o fim, pois se prolonga e demora
E pesa como uma rede de nós duros
Como a tirar? Sem
a
front
a
Silêncio
Porque pairas sobre mim?
Porque vibras como uma ponte perdida
E saltas de neurónio em neurónio?
Terrível és, silêncio fazes
E perdes, ganhas
O quê?
Solidão?
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Estrela
Que faz cintilar e brilha
É uma estrela que sustenta o negro
Que ofusca e gira
É uma estrela que faz girar
Esta Terra que não é nossa
Toldado
Vagueio ao longo de um caminho
Ao largo de um curso de água qualquer
Até ao fim
Mas qual fim? Há algum?
Há fim, sem fim, a toda a minha volta
E à volta de tudo o que faço girar
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Desprezo
Na cara de quem vê
Não com olhos, mas com o sabor
E sente um travo amargo desnecessário
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Becoming
In the way she moves
Knowing how to become something
While she watches
Believing and
becoming
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Palavras ao vento
Largadas sem discrição
Flutuam pelo ar
E galgam correntes
São palavras
São momentos
São palavras
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Um caminho
Um caminho
Percorrer avenidas de incerteza
Não acreditar em saídas
Mas com um sorriso
Há entradas e sabores
Que não se esquecem
Que indicam
Que mostram
Um caminho
Árvore
Ao sabor da esquisitice dos teus ramos
Porque te perdes na luz?
Porque te perdes no verde?
Ondulas
Como o vento deseja e
é
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Olhares
Que queimam como um dedo apontado
A luxúrias sem fim
E sem destino
A menos que sejas tu
E aí, sim,
Procuro-te num destino
domingo, 29 de maio de 2011
A memória de uma fotografia
Aquela fotografia em que se riem, dois
Uns dois
Que não são mais que dois mas que podem e são uns
Porque há uma fotografia
Porque há uma memória
Há uma vontade, presa na
fotografia
Preciso
De qualquer coisa de novo, a toda a hora
A qualquer momento preciso de um movimento
De um preciso fulgor que me agarre e revire
Preciso
quarta-feira, 24 de março de 2010
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Bernardo
domingo, 28 de junho de 2009
A cada passo
terça-feira, 9 de junho de 2009
I find myself
An event where rage
As strong and hard as never before
Overwhelmed every other feeling
Be it joy, envy or loneliness
There I was, hating every step
Of the process with neither
goal
nor
plan
I find myself with no means
To justify this end
Or this (re)start
domingo, 31 de maio de 2009
Há um vestido que nasce do meu pensamento
Há uma cabeça que se vira
Se há cabelos ao vento
Há fantasias de verão
Se nasce uma dança
Nasce um sabor de frescura
Se nasce uma sede numa garganta
Nasce quem a tire, a toda a hora
quarta-feira, 20 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
Destruído
sábado, 9 de maio de 2009
Sem rei nem roque
segunda-feira, 9 de março de 2009
As voltas do mundo
domingo, 8 de março de 2009
Sem horas
domingo, 25 de janeiro de 2009
Why and how or The dawn
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Get rhythm when you get the blues (à la geek)
geek
The people you pick on in high school and wind up working for as an adult
The geeky kid now owns a million dollar software company
while("get the blues" == true) {
getRhythm();
}