domingo, 5 de outubro de 2014

Número qualquer

Dois, três ou mil!
Que interessa ser ímpar quando se procura a paridade?
Querer ser primo e não ter hipótese
Ao dividir em pleno plano irregular

São números e são estrelas
Pequenos pedaços desenhados no firmamento cerebral ou na abóbada celeste

Somos nós!

Ruas

Ruas sujas, cinzentas e perdidas por entre vielas
Carregam aos ombros galerias de arte falsa
Ou há monos ou há obras-primas
Mas há sempre uma conversa de interpretação

Não interessa escutar e pensar
Mais do que entreouvir e retorquir
No meio de sons tão indistintos como sempre presentes
Sem possibilidade de reconhecer mas tão familiares

Passear de copo em fumo e brasa
Enquanto o chão vibra e o sono não assalta
Aumentando sempre o contraste entre o ecrã e o olho
Tentando nunca perder o brilho da luz difusa