domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lembrança

Não é mais do que escrevo
Nem tanto que me sobressalte
São relâmpagos sem trovões
Botões sem casa

E, assim sendo, desaparecerão.
Por isso, os vou deixando escritos
Não por minha vontade mas só

e apenas

pela qualidade, efémera, do que foi e já não é

Versos emprestados

Estar tão longe e tão perto ao mesmo tempo
Pedir proximidade sem julgar distâncias
São utopias ou realidades?
São manias ou vontades?

E, mais a mais, o que tenho
Não é mais do que uma letra na cabeça
Que me recorda e assalta

"Quem vem e atravessa o rio (...)"

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Encontrar sem procurar

É um esforço em vão saber quem sou
Quando não sei quem és
Mas vale a pena se o mundo se move
E um encontro casual pode surgir

Da luz!

Olhos

Fechavas as portadas com delicadeza
Adormecias numa cama pré-aquecida
Dormias profundamente sonhando e vivendo
Acordavas e via teus olhos de um azul inesperado, quente e esplendoroso

E tu, também? Companhia para tanto
Mas a uma distância tão grande quanto necessária
Ah! Os olhos!
Os teus, uma pequena parte da tua beleza ofuscante

Numa tristeza recente dizias que não podias conversar
Mas falavas, com entusiasmo
Largavas um pouco de saber e inocência
Com olhos tristes mas reluzentes e soberbos