sábado, 7 de setembro de 2013

Entre as nuvens e o Sol

No alto do alto do topo de montanhas infindáveis
Vive o ar rarefeito que alimenta todo o pouco animal que sobrevive
Picos que são escarpas iluminam o gás, que renasce

Há nuvens e há Sol; entre eles,

Tu, qual
   céu limpo
   água cristalina
   fogo vivo
Tu; e apenas tu

Mundos escuros

Faces sombrias à chegada!
Alerta; porquê?
Estive apenas à luz:
   a reflecti-la
   a unir os raios de cada um dos dois
Não se conseguem iluminar?
Ou pelo menos espreitar através do clarão
   que agora irradio
Falai!

Regresso

Revejo lugares que nunca vi;
   apenas sonhei
Percorro momentos a teu lado que nunca concebi;
   apenas imaginei
Rumo ao futuro sem uma sombra que nunca o foi;
   apenas limitei

Inesperado

Ao encontrar uma delonga de melancolia
Procurando um sorriso, nem que fugaz, na companhia
Rodeia-me o ar bucólico pleno de uma estranha magia
A paisagem surge então por todo o lado
Pergunta? Vens, claro que vens
Ou não existisse limite a ser explorado
Pela explosão, pelo retorno, pela explosão

domingo, 1 de setembro de 2013

Selo

Uma carta sem selo é enviada
Percorre o seu trajecto com outras
Mas não com o remetente

Segue até ao seu destino
E ela própria é a destinatária
Dum conteúdo infindável e inesquecível

Não há como colocar lacre em tais palavras
Pois elas formam um texto que se
renova
modifica
evolui
Um envelope e um selo, sim:
Pela - e por isso apenas - força do vento