sábado, 27 de julho de 2013

Oportuno

Toca o telefone, a horas ainda não desapropriadas
E do lado lá responde uma voz familiar e esperada
Há uma pergunta, um indagar e um desejo
Surge uma resposta, simples e difícil

Para quê ser oportuno quando se pode ser surpreendente?

Cabeça! Garganta! Estômago!
Profundo nó

Sharing

What should not be shared
When there are such strong feelings?

What is there to show without showing
When too much is never enough?

What is too little thus not worthwhile
When the smallest detail is stuck in the back of my head?

t r u s t

At a distance

So close and yet so far!

The voice over the distance,
Embarked on a journey and an adventure,
Speaks of the risk taken.
Taking and being taken for granted, 
From centimeters distance to hundreds of kilometers away,
Is just to be present while absent.

the chase, the thrill, the nostalgia, the struggle, the catch

Espaço

No meio de milhares de mihões de pessoas
Foco-me naquela que ocupa o espaço meu
Que deixa tudo não levando
Que marca, sempre

Os outros, que ocupam uma sala diferente
Podem ver-se barrados por uma parede
Mas não és tu que a ergues nem eu que não a desfaço
Somos nós que não a vemos pois ela não existe a não ser no que "era" de outros

Entre todo o contacto
Muitos interessam
Mas só um é

especial
único
sublime

Dinâmica

Amigos e amigas
Dos melhores aos piores
Os que estão mais perto e os que mais distam

São demasiado?
São quase nada?
O que são?

Não sei o que são
Porque quem sabe não sabe quem são
Mas quero saber sabendo por ti

Ao sabor do movimento

domingo, 21 de julho de 2013

Laço de flores

Guardo numa arca robusta
Imagens fugazes mas eternas
Percorro pelo laço as flores
Que me assaltam de surpresa

Um toque, um abraço, uma dança
Juntam-se sem fricção à memória
Que tenho do momento e conservo
Não para recordar sem voltar a sentir

E ainda, ao escutar mil músicas que procuro organizar
Não para ter mas para ouvir em repetição contínua
Perco-me; no som que associo àquela imagem

Pormenores

Os detalhes que importam
Fogem como pássaros assustados
Mal se desvia um passo para o lado (errado)

Os momentos que (por vezes) escapam e que
Não são - mas porquê? - gravados, pelo menos,
Numa palavra, imagem ou sensação

Os restos que irritam
Despoletados por feitios e manias
Entristecem e desmotivam - sem necessidade

Mas!
Recordemos, respeitemos e saudemos
Todo
Qualquer 
Pormenor

Caos

Apesar do silêncio,
Há caos.
Vejo no sorriso que não existe após

uma notícia
uma tristeza
umas palavras duras

Em ti, sim.
Em mim, sem dúvida.
Em nós, para quê?

Is there a limit?

Maybe,

there is a limit to where we see
there is a limit on who we mock
there is a limit for breaking (and entering)

But can you truly have a limit?

Imagining
Loving
Breathing
Smiling
Feeling
Going
Finding
Keeping
Burning
Wanting
Exploding
Staying

Living

Ondas

Flutuar, dedilhando, em ti
Em tranças que não existem
Por raios de luz acastanhada ou loira

Mergulhar, de cabeça encontrada,
Em águas cristalinas
Por marés infindáveis

Ouvir, sem filtro,
Em confusões ou silêncios
Pelo doce sabor da voz sem qualquer tique mecânico

Ondas!

Errado

Será correcto pensar
três, mil vezes
antes de falar?

O lugar da espontaneidade não é errado
em ti
em mim
em qualquer um que imagine

Não pensar
Não sonhar
Não imaginar
É conceber em si uma prisão
Como se se tivesse cometido um crime
Ou pecado por pecar
Por ter errado, aos olhos ou mentes ou sensos comuns de alguém

E, assim, penso
Não errada nem correctamente
Zero, vinte, duzentas vezes
Imagino, crio, faço acontecer
Imaginamos, criamos, fazemos acontecer

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Surpresa

Um sorriso sem palavras numa sala escura
Preparada para a ocasião sem sequer ter sido tocada
Vale tanto mais que milhares de metros
Pois expressa aquilo que não se pode escapar

Surpresa!

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Bocados de pão, pedaços de doce, copos de líquido
Emprestam-se
Dão-se
Dividem-se
Escolhe-se a quem se dá e olha-se a quem nos pede

Vidas longas, histórias compridas, momentos únicos
Juntam-se
Contam-se
Partilham-se
Escolhe-se a quem se dá? Olha-se a quem nos pede?

Gira, mundo nosso, com a tua gente genuína

Enquanto dormes

A sono solto e com claridade residual através da persiana mal fechada
Passeias pelo mundo dos sonhos, dançando
Com que sonhas? Sentes que estou ali, a teu lado?

Inalo e respiro-te; exalo e sinto-te.
Tenho a sensação que emanas calor e frio ao mesmo tempo
Que és fonte de luz mesmo de olhos fechados

De repente, toldam-se meus olhos sobre si mesmos
Mas sem antes te escutarem no silêncio da noite escura
E assim, enquanto dormes: sonho e adormeço e vejo