segunda-feira, 29 de abril de 2013

Loucura

Ser louco é ser fiel a si mesmo
Aos neurónios, aos impulsos
Tomar uma direcção com toda a força das ondas
E navegar pela água de mil cores
Pintando-a com o (nosso) próprio tom

"Quando me dizem: "vem por aqui!" (...)
Nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar (...)
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam os meus próprios passos (...)
Eu tenho a minha loucura! (...)
Não sei por onde vou
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"

Criar

A criatividade que espanta
E que é peça essencial,
Roldana, engrenagem, motor
Do mundo que gira
Tem forma de teia de aranha
Sem prender mas envolvendo
Liberta, voa, catapulta
Em mentes sãs (ou não)
(em corpos sãos (ou sim))

É o poder real que quem tem e o sabe
A ele não mais aspira com voracidade
Usa-o, antes, para explodir em velocidade
Para viajar sem rumo mas com meta

E o vento, incessante e forte
Torna-se numa brisa ineficaz
Ajoelha-se perante o raio de Sol
Que refracta, reflecte e aquece

domingo, 7 de abril de 2013

Era uma vez

Contando histórias
Partilhando fumo
Bebendo à saúde irónica

Um bar, dois bares, quantos mais?
A música faz sentir e lembrar
E nem mesmo a memória triste
Ou o acaso infeliz
Apagam a luz de qualquer história

Daquelas que começam (sem se saber como acabam)
por "Era uma vez..."

Crianças grandes

Qual a necessidade de ser grande quando já se foi criança?
Envelhecemos, vivemos, criamos memórias
E a criança está lá, sempre viva e atenta
Olha-nos; distorce-nos sem darmos sequer conta
E o que queríamos ser, se não somos
Não é mais do que um travão de ser grande
Que a qualquer momento

pode
deve
tem de

ser fustigado pela inocência de sermos, termos sido e sempre irmos ser

crianças
(pequenas ou grandes)