sábado, 5 de novembro de 2016

Juventude no fim

Volvidos anos, mas poucos,

Um túnel assombroso quebra
Fazendo tremer todo o pedaço escuro de vida
Sobra a gíria de momentos que já passaram
E que incomodam até quem possa ver

Olho pela parede, do chão até ao tecto
E vejo que o branco já não é duro
Duvido se cairás ou se a tua força vem das raízes

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Tríptico desorganizado

Suster a arrogância em ti
Traz o caos a estado líquido

Em mim, mas por ti

O atrevimento do sorriso falso
Pela suave e esbranquiçada mentira
Não perdoa a imodéstia que me arrepia

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Um a um

As pedras da calçada que escorrega
Soltam-se e ficam à mercê de um pé
Que ao ser meu, pontapeio e aí se enrolam

Todas se vão e não foi isso, nada disso
Que te passei em jeito de lição

É que por mim não aprendo
Mas por ti me surpreendo

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Típico

Tipicamente escrevo palavaras
Normalmente destilo sinónimos
Invariavelmente descoordeno (as mãos)

Por norma, rodopio sobre o que balbucio
E não articulo mais do que preciso
Para dentro ficam as vozes
Para fora os silêncios

E o fogo que consome cresce
Daquele que arde e se vê

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Onde está?

Levantem-se e caminhem!
Porque estão quietos?
Há tantos e muitos à vossa volta

Não preciso de todos,
Mas lembro-me que no fundo do saco
Só passava percebido um

Onde está?