Quando a perfeição das gotas se mostra
Pela janela, pelas roupas ou pela pele
A onda de fulgor, de tão grande, abate-se
Tens uma voz inigualável neste mundo
Se pensas que sabes que escrevo o que penso
Não sabes mais do que imaginas pelo que digo
E ao dizer confundo ou simplifico?
Não sei, mas aparentas saber
Será que pensas tão rápido e claro
Como a água de uma cascata longínqua
Duvido-te e duvido-me
Mas sei que muito tens e nada descartas
Mesmo quando o horizonte desaba
Destino inexistente tens tu, som comum?
Descendo pela calçada irregular e pulsante
Escorrega lentamente ao sabor da brisa de perdição
Proveniente da reflexão irreal
Produto de uma alucinação natural
Solta-se e sobe pelo ar
Ou prende-se e desce pelo poço da memória
Não sei se me contradigo
Nem se sequer faço sentido
Isso não me pára, mas devia
Nem que por um instante
para rever o que talvez uma vez tenha
visto ou
escrito ou
ouvido ou
descrito ou
sentido
A força que sopra pela pele e osso
Satura de estrelas o breu inevitável
Remove as impurezas do nosso corpo celeste
E o sustenta sem piedade ou gratidão
Entre os espaços preenchidos de dinâmica aérea
Vivem moléculas perdidas de sabor
Mas plenas de vida
Curta, longa; desperdiçada, completa?
O eterno poder de decisão
Acalenta a mente
E sobressalta a alma que em mim - qual sôfrego - não existe
Não sendo luz, tenho lanterna
Vejo com ela os passos que dás
A caminho do mundo, sem medo
Cais, levantas-te e sorris
Tens cada um à tua volta
Com uma precisão de amigo
Que não esquece
o respeito
a diversão
o fulgor
Sempre em frente, pedal a fundo!
Suavemente tremendo
Nego o dúbio
Num piscar de olhos
Renego a tudo
E, moribundo,
Desfaço o que encontro
Nunca sem antes cumprir
O dever da ignorância
Sempre de língua de fora
De baloiçar em elevar
Sorrindo sem dentes
Sem saber, crescendo, renasce;
E tritura pedaços de vida carne
Sem sangue que não o do mundo
A grandeza domina e logo
A criança se assusta
Mas o (seu) céu, um deles, não se verga
Dim lights paving the way
Wonder and joy sparkling all over
Here comes the night
And the darkness fades away
When the sun rises
Blessed bolt, awakening thunder
East and West
North and South
The center lies still as it always has and always will
Baloiço quebradiço sem crianças
Girando sem parar pelo ar
Obedeces a alguém? Nunca!
Soltas-te em direcção ao Sol? Jamais!
E na eterna incógnita jazes
Pendurado e só
Purificação pelo som
Distância temporal grande mas não eterna
Afastamento físico tão duradouro quanto efémero
Atenuação subtil da tristeza
Pequenas cordas, vocais ou entre latas
Seguram pontos de luz estonteante
E o murro no estômago da lembrança
Do tempo que foi e já não é (mesmo sendo ainda criança)
Não surge como opção nem fôlego
Pois há descanso na habituação
À tendência da morosidade e do sono
Desnecessário, impreciso - e logo inquietante
E a incerteza relança o fogo
Que não arde nem se vê
Acontece, apenas
É certo e mais que certo
Que dentro do errado está o inseguro
Trazer um não ao ar
Revela-se tão simples como lançar um sim ao vento
E num pedaço de fogo temperamental
Nasce água sem fim
Não há fumo nem acalmia
Não há montanhas sem maresia
Momento de conclusão temporária, quando chegas?
Quando darás lugar a um novo alento?
É eterno o teu vagar?
São ciclos de longas passagens
Com (in)finitas - refrescantes ou frustrantes - paragens
Balanços coordenados interrompidos por viagens
Be free
Be wild
Be gentle
Be kind
Follow the river named
(by and after you)
Caress the stream
Draw your path
Make it to the banks when you need
You are what lies between
The mountain top and the base of a hill
The ground and the stars
You and yourself, many years from now
Be, forever, unique