À margem do texto quantitativamente esfuziante
Mas sem teor nem conteúdo
Sobra, amorfa, a ortografia
Eis que surge a nota mínima
De trocas sem valor nem ardor
Canto de folha, pedaço de papel
Conténs o mundo, destróis babel
domingo, 30 de agosto de 2015
Assim falas tu
A raiz é a mesma mas sobra espaço
Para no pouco para e no menos pouco
Se sentir a distância da infância
Foram as mesmas e já não são
Ganharam-se avisos de fortes não
Estamos perto e longe
(quem sabe em diferentes melancolias)
Com e sem barreiras
(porventura em distintas categorias)
Quando digo eu que tu falas
Falo que não expressas nem confias
Cai, vem! Eu dobro; tu soltas-te?
Para no pouco para e no menos pouco
Se sentir a distância da infância
Foram as mesmas e já não são
Ganharam-se avisos de fortes não
Estamos perto e longe
(quem sabe em diferentes melancolias)
Com e sem barreiras
(porventura em distintas categorias)
Quando digo eu que tu falas
Falo que não expressas nem confias
Cai, vem! Eu dobro; tu soltas-te?
Nunca contente, jamais feliz
O pendor não pára de aumentar
Pela insegurança que evapora do teu ser
A falta de apoio brilha com estrondo
E a incerteza sublinha letras tortas
Se escreves, não lês
Se páras, não vês
Se ouves, não escutas
Se vives, não lutas
Não é tristeza nem frieza
São ondas de oceano revolto
Que te apanham desprevenida embora consciente
Do que és e já não queres ser
Sem nunca vir a saber o que é viver
Pela insegurança que evapora do teu ser
A falta de apoio brilha com estrondo
E a incerteza sublinha letras tortas
Se escreves, não lês
Se páras, não vês
Se ouves, não escutas
Se vives, não lutas
Não é tristeza nem frieza
São ondas de oceano revolto
Que te apanham desprevenida embora consciente
Do que és e já não queres ser
Sem nunca vir a saber o que é viver
Retiro de diferenças
A subtileza da paz no mundo interior de cada um
Nasce no rio que brota da montanha inigualavelmente alta
É ténue e quase imperceptível, por vezes
Dura e áspera no fechar da frente branca e luzidia
São pães e rosas e milagres
Que sustentam o tabuleiro da ponte
A que criamos para se atravessar
Se a realidade revolver em tômbola solta mental
Nasce no rio que brota da montanha inigualavelmente alta
É ténue e quase imperceptível, por vezes
Dura e áspera no fechar da frente branca e luzidia
São pães e rosas e milagres
Que sustentam o tabuleiro da ponte
A que criamos para se atravessar
Se a realidade revolver em tômbola solta mental
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Pássaros
Como animais de jardim zoológico, cantam
Sendo livres, também exploram
Conseguindo voar, tem o seu olhar
Não tem vontade nem problema em esperar
Bichos tristes e seres de alegria!
Sendo livres, também exploram
Conseguindo voar, tem o seu olhar
Não tem vontade nem problema em esperar
Bichos tristes e seres de alegria!
Ganhar a vida ao mundo
No fulgor do sucesso
Não há tempo para parar a rotação
Acompanha-se com um arfar exasperante
E pontualmente crepita-se uma pequena alegria
As lutas são voltas
E cada volta é um empurrão
Giramos connosco e com o mundo
A cada dia, a cada lua azul, a cada translação
Estranhos à mente
Imagens lúcidas no comboio bamboleante
Avistam-se à minha frente como fotografias de arrasto
Será que já conhecia quem ali está?
Há mais de 30 segundos ou
É alguém que encaixei no fundo?
(de uma boneca russa de suaves memórias)
Saboreio a esquisita comida cerebral
E deixo-me levar pela meditação e pelo desenroscar de parafusos
Mesmo que não fale e apenas reconheça
Desperto-me para a possibilidade
De o rosto ou o corpo ser tão familiar como inesperado
Início
Sendo um em muitos, sou nenhum em todos
Partícula no conjunto da imensidão
Surgi e brotei do vazio, juntando-me à massa de vidas
Nascer é um milagre ateu
Em que a probabilidade - ínfima - joga aos dados
E o azul que sai desafia o vermelho
O ar consumido desperta a voz escondida
E solta-se o grito, sussurrando ao vento
Vem, leva-me para o futuro
Partícula no conjunto da imensidão
Surgi e brotei do vazio, juntando-me à massa de vidas
Nascer é um milagre ateu
Em que a probabilidade - ínfima - joga aos dados
E o azul que sai desafia o vermelho
O ar consumido desperta a voz escondida
E solta-se o grito, sussurrando ao vento
Vem, leva-me para o futuro
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